KNRI11 e VISC11 EM QUEDA LIVRE! OPORTUNIDADE ou RISCO para 2024?

Fundos Imobiliários KNRI11 e VISC11: Oportunidade ou Risco?

Recentemente, os fundos imobiliários KNRI11 e VISC11 têm atraído muita atenção no mercado financeiro, principalmente devido às suas quedas expressivas. Isso levanta questões cruciais entre os investidores: essas quedas representam uma oportunidade de compra ou um risco significativo? A análise de ambos os fundos revela aspectos que precisam ser considerados com cuidado.

Desempenho recente dos fundos

Gráfico cotação KNRI11 despencando
Gráfico cotação VISC11

Gráfico cotação VISC11 despencando
KNRI11 Gráfico cotação

Começando pelo VISC11, este fundo de investimento imobiliário (FII) sofreu uma queda de 10% em 2024, o que é notável, especialmente considerando que o fundo é lastreado em ativos imobiliários, e não em ações ou criptomoedas, que têm maior volatilidade. Em períodos menores, como nos últimos cinco dias e trinta dias, as quedas foram de 1,19% e 2,54%, respectivamente. Além disso, no acumulado dos últimos seis meses, a queda foi ainda mais significativa, atingindo 9,18%. Esses números têm causado desconforto entre os investidores.

Da mesma forma, o KNRI11 seguiu o mesmo caminho de quedas. Nos últimos trinta dias, o fundo caiu 3,45%, enquanto em 2024, a desvalorização chegou a 9,19%. O cenário de queda em ambos os fundos levanta dúvidas: isso seria reflexo de fatores externos, como a alta taxa de juros, ou seriam problemas específicos de cada fundo?

Motivos por trás das quedas

No caso do VISC11, um dos principais motivos para a queda foi a diminuição no pagamento de dividendos. O fundo vinha pagando cerca de R$ 1,00 por cota, mas em agosto de 2024, o valor caiu para R$ 0,83, o que gerou preocupação entre os investidores. Essa queda nos dividendos, embora tenha sido prevista nos relatórios do fundo, pegou de surpresa muitos cotistas que não acompanham os documentos com atenção. O pagamento de dividendos menores ocorreu devido à redução do resultado não recorrente, ou seja, rendimentos pontuais que não se repetem constantemente.

Por outro lado, o KNRI11, um fundo híbrido, também está enfrentando dificuldades, principalmente devido ao segmento de escritórios, que responde por 60% de seu portfólio. A alta taxa de vacância nos imóveis comerciais é um ponto de preocupação, especialmente em um ambiente de juros altos, que impacta diretamente os investimentos em infraestrutura e imóveis.

Taxa Selic e o impacto no mercado imobiliário

Um dos fatores que está afetando ambos os fundos, e o mercado de FIIs em geral, é a taxa Selic, que continua em níveis elevados no Brasil. Em setembro, espera-se que a Selic possa aumentar novamente, o que é um sinal negativo para o setor imobiliário. Com uma Selic elevada, os investidores tendem a migrar seus recursos para a renda fixa, que oferece retornos mais atrativos e menos arriscados.

Além disso, uma taxa de juros mais alta encarece o crédito, dificultando o financiamento de projetos imobiliários e reduzindo o apetite dos investidores para a compra de novos imóveis. Isso afeta diretamente fundos de tijolo, como o KNRI11 e o VISC11, que dependem de investimentos contínuos e da valorização dos imóveis para gerar renda.

Análise dos fundamentos dos fundos

Apesar das quedas recentes, o VISC11 não está em uma situação alarmante. Embora tenha diminuído o valor dos dividendos, o fundo continua apresentando um bom desempenho operacional. Por exemplo, o resultado operacional líquido (NOI) do fundo cresceu 13% em 2024, indicando que seus shoppings continuam gerando receita. As vendas nas mesmas lojas aumentaram 5,9%, o que é positivo considerando o cenário econômico atual.

Por outro lado, o KNRI11 também não apresenta problemas graves. A vacância física subiu ligeiramente para 2,82%, mas a vacância financeira, que mede o impacto financeiro da desocupação dos imóveis, caiu para 6,20%, o que é um ponto positivo. O fundo possui um portfólio diversificado, com 13 edifícios comerciais e 8 centros logísticos, sendo que a maior parte dos problemas de vacância está nos escritórios, enquanto os centros logísticos têm contratos mais longos e estáveis.

Oportunidade ou risco?

Diante desse cenário, é crucial que os investidores olhem para além das quedas recentes no valor das cotas. Tanto o VISC11 quanto o KNRI11 possuem fundamentos sólidos, com portfólios diversificados e gestão eficiente. No entanto, ambos estão sendo impactados por fatores macroeconômicos, como a alta taxa de juros.

Para aqueles que têm uma visão de longo prazo, essas quedas podem representar uma oportunidade de compra. Contudo, é essencial entender que o cenário de juros altos pode continuar pressionando os fundos imobiliários nos próximos meses. Portanto, é importante avaliar o risco de manter ou comprar cotas nesse ambiente desafiador.

Por fim, a decisão entre investir ou não nesses fundos deve estar alinhada aos objetivos de cada investidor. Se o foco for dividendos imediatos, fundos de papel podem ser mais atrativos no curto prazo, dado que tendem a oferecer rendimentos maiores em períodos de juros elevados. Já para quem busca diversificação e uma exposição ao mercado imobiliário com uma visão de longo prazo, VISC11 e KNRI11 podem se recuperar e oferecer boas oportunidades no futuro, especialmente se as taxas de juros começarem a cair.